No dia 22 de abril, de 1500, começou a nossa história com a chegada dos portugueses. E, nesta terra de muitas riquezas se instalaram, fazendo dela uma nação miscigenada e rica em cultura e arte. Portanto, o povo que aqui se formou, tornou-se invejável por seu modo criativo e persistente em suas lutas, pois um brasileiro jamais desiste de uma luta, se deixando abater pelas dificuldades, o que posteriormente seria registrado por um dos maiores escritores da nossa história, Euclides da Cunha, que escreve (O sertanejo é acima de tudo um forte). E isto, se aplica a todo povo brasileiro. Dos portugueses, herdamos a língua falada, costumes, tradições e, no início da história, o regime político, a Monarquia.
Hoje, temos como regime político o presidencialismo republicano, em que há Presidente, Senadores, Deputados Federal e Estadual, Governadores, Prefeitos e Vereadores escolhidos através do voto direto e popular para nos representar. Porém, um dia, esta historia de voto direto não existiu. Pois, no início, as eleições no Brasil eram realizadas pelo chamado voto cabresto, ou seja, só votavam as pessoas ligadas às grandes oligarquias. Houve um período em que os candidatos à presidência eram indicados pelos grandes produtores de café, do Estado de São Paulo e produtores de leite, de Minas Gerais e, eles eram escolhidos pelo chamado, voto parlamentar, em que os deputados eram os únicos eleitores presidenciais.
Em 1985, instalou-se no Brasil um movimento chamado: Diretas já! Este movimento foi encabeçado por Ulisses Guimarães e Tancredo Neves (In memória) e tantos outros políticos e autoridades públicas e intelectuais preocupados com um novo sistema de eleições para o Brasil. Neste ano, ainda tivemos um presidente escolhido pelos deputados, e numa disputa entre o paulista, Paulo Maluf do extinto PDS e o mineiro, Tancredo Neves, também do extinto MDB, venceria o mineiro, que por ironia do destino, veio a falecer às vésperas de sua posse, assumindo assim o cargo de presidente, seu vice, José Sarney. Porém, em 1989 tivemos a primeira eleição para presidente decidida pelo voto popular, ou seja, voto direto na qual tivemos posteriormente, o vencedor, Fernando Collor de Mello, cassado depois de comprovada em seu governo, uma poderosa rede de corrupção, liderada pelo seu tesoureiro, Paulo César Farias, que anos depois seria assassinado. As eleições para os demais cargos eram realizadas pelo voto direto em um único turno até então, pois com a criação da Constituição nacional em 1988, veio o chamado segundo turno das eleições, o qual permanece até os dias atuais, em que o candidato para ser considerado vencedor, precisa alcançar 50% mais um dos chamados votos válidos. Este sistema de decisão eleitoral só é válido para os cargos majoritários; presidente, governador e prefeito. No caso de prefeito, só em cidades com mais de 100 mil eleitores.
A partir da oficialização da Carta Magna do país, que é a Constituição Federal, foram criados novos e muitos (pequenos) partidos políticos, e, com os mesmos vieram à compra de votos, aliás, acredito que essa prática já existia no Brasil, mesmo antes de Cristo, pois é uma praga que veneno nenhum acaba.
Estamos em plena campanha política, e candidatos aos cargos de deputados estadual e federal, senador, governador e presidente da República estão à mostra para que cada cidadão, preparado ou não, alfabetizado ou não (pois o voto do menor de 16 anos e do analfabeto é oficial no Brasil) possa escolher através do voto consciente ou vendido aquele que melhor lhe agrade. Voto vendido? Pois é, em nosso país, tem mais é quem pode mais, porém, acredita-se que o cidadão que vende seu voto é tão incapaz de escolher um candidato, quanto é incapaz de legislar aquele candidato que oferece vantagens para obtê-los.
Vive-se um momento de profunda decepção com os políticos brasileiros em todas as esferas, pois mudam-se os políticos a cada quatro anos e a cada instante a mídia mostra novos escândalos; anões do orçamento, mensalão, mensalinho, sanguessuga, valerioduto, esquema nos bingos, propinas na câmara, senado, etc. (as quais nem sempre têm os responsáveis punidos) e isto mina a confiança em nossos candidatos.
Promessas, as mais mirabolantes nos são feitas, porém depois da posse em primeiro de janeiro, são todas esquecidas, porque eles acreditam que temos a memória curta.
Cada cidadão está convocado para que no dia três de outubro, vá a uma seção eleitoral e manifeste seu desejo, mas é importante que não se deixe levar por conversa bonita ou por um tapinha nas costas, prática muito comum, por parte dos candidatos ou cabos eleitorais em época de eleição. Você, jovem, adulto ou idoso que deseja manifestar sua vontade. Antes de escolher um candidato, analise suas propostas e se possível pesquise seu passado para ver se ele não esteve envolvido em algum escândalo, porque merecemos um país melhor, onde o idoso seja respeitado, o jovem tenha direito à educação de qualidade e primeiro emprego, o cidadão comum seja visto como um ser humano nos serviços públicos; Inss, hospitais, bancos e etc. a mulher tenha direito ao pré-natal com qualidade, o soro positivo tenha direito a medicamentos gratuitos e não sejam descriminados e as crianças e os deficientes sejam protegidos através de leis que façam valer seus direitos.
Você se sente preparado a votar? Então faça uma escolha consciente, pois somos nós a “massa” os responsáveis pela mudança da história política do nosso país. Vote não por influência, mas por consciência, para que não passe quatro anos se arrependendo. Pense nisso.
Vota Brasil. O país está em suas mãos.
Idelbrando Mota de Almeida é professor graduado em Letras Vernáculas pela Uneb, Campus XIV.
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